Healthy Skepticism Library item: 18384
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Publication type: news
 Gizele Da Silva M
 Conselho quer disciplinar relação entre médico e laboratório 
 Gazete Do Povo 2010 July 1
 
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1020272&tit=Conselho-quer-disciplinar-relacao-entre-medico-e-laboratorio
Full text:	
Uma discussão em âmbito mundial chega ao país e leva o 
Conselho Federal de Medicina (CFM) a buscar formas de intervir na 
relação entre médicos e a indústria farmacêutica. Há muitos anos os 
médicos participam de congressos com custos bancados por fabricantes de 
medicamentos. Em troca, muitos profissionais acabam receitando os 
remédios do laboratório patrocinador a seus pacientes. Para tornar a 
relação mais ética, o CFM está formulando um protocolo a fim de evitar 
excessos.
As atualizações do Código de Ética Médica, em abril, trazem a discussão 
de uma série de questões sobre o exercício da medicina, incluindo a 
postura do médico frente às pressões da indústria. Além de uma boa 
relação com o paciente, as escolhas corretas no tratamento dependem 
também da atualização constante do conhecimento médico. Para manter-se 
em dia com os avanços de técnicas e medicamentos, os médicos contam com 
os congressos.
O CFM está propondo a restrição de patrocínio apenas para médicos que 
forem ministrar cursos e palestras em eventos, e a proibição de brindes 
aos profissionais. “Não pode haver nenhuma prescrição ou indicação 
médica em benevolência a agrados ou brindes”, disse o presidente do CFM, 
Roberto Luiz d’Avila, por meio de sua assessoria de imprensa. O 
protocolo tenta aperfeiçoar o que o Código de Ética Médica já prevê. Há 
pouco tempo, também foi aprovada uma resolução que proíbe o fornecimento 
de cupons e cartões de desconto em medicamentos pelos médicos em seus 
consultórios.
Para o presidente da Associação Médica de Ponta Grossa, o 
ginecologista Gilmar Nascimento, a norma pode reduzir a participação 
de médicos em congressos, já que a remuneração do médico tem passado por 
uma redução histórica. O diretor da Associação Médica do Paraná, o 
pediatra Gilberto Pascolat, acredita que deve haver uma regulação, mas 
que a realização de jornadas, por exemplo, fica inviável sem o 
patrocínio da indústria farmacêutica. Nascimento acrescenta que as 
associações não têm caixa para isso. O oncologista e professor Cícero 
Urban é favorável à regulação, lembrando que a discussão também ocorre 
na Europa. Ele analisa ainda que os valores dos patrocínios acabam sendo 
repassados aos preços dos medicamentos.
O presidente do CFM também cita o prejuízo causado pelo marketing da 
indústria farmacêutica, já que os laboratórios gastam até 30% do preço 
do remédio com a sua própria propaganda. Em nota, a Associação dos 
Laboratórios Farmacêuticos Nacionais opinou: “Não acreditamos que uma 
empresa use o poderio econômico para subornar médicos, e nem que os 
profissionais aceitem isso.”
 








 



