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Healthy Skepticism Library item: 15866

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Publication type: news

Rios J.
Anúncio de remédio: a quem serve?
Jornal da Tarde 2009 Jun 20
http://blog.estadao.com.br/blog/advdefesa/?title=anuncio_de_remedio_a_quem_serve&more=1&c=1&tb=1&pb=1


Full text:

Estão ameaçando o “ganha pão” dos pobres artistas e celebridades
brasileiras. Os famosos não vão poder mais vender remédios e prestar
relevantes serviços à nossa saúde. E justamente agora, chegando o
inverno, quando eles vestiam a camisa da indústria farmacêutica e
entravam em campo para nos salvar da gripe.

Quem não se recorda da escalação do time contra a doença, na última
estação do frio? O ator Antônio Fagundes medicava Benegrip, o cantor
Leonardo atacava de Apracur (o “marvado”) e, ultimamente, a atriz
Maria Clara Gueiros, que ficou famosa no Zorra Total, ministrava o
Melhoral.

A seleção de “craques” que fatura com a propaganda e ajuda as
farmácias a esvaziar prateleiras promete a cura para tudo: dor de
cabeça, dor nas costas, prisão de ventre, hemorroidas, impotência
sexual e todos os males da vida, revelando que medicina e informação
mais ampla sobre a saúde dos cidadãos são itens secundários. Sabe-se
que o argumento de que os remédios anunciados pelos garotos propaganda
são de venda livre (sem prescrição médica) é largamente questionado no
mundo todo, pois não há produto farmacêutico isento de risco.

Mas o fato é que agora a Aagência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), visando impedir a ingestão indiscriminada (e arriscada) de
remédios pelos consumidores, resolveu aumentar as restrições à
propaganda de medicamentos – e um dos tópicos da medida instituída
pela cúpula do órgão, na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 96 de
17/12/2008 cuidou, justamente, de restringir mais ainda (não proibiu,
como se vem informando) a participação dos famosos nos comerciais.

A norma apenas diz que as celebridades não podem aparecer na
propaganda “afirmando ou sugerindo que utilizam o medicamento ou
recomendando o seu uso”. Mas, por exemplo, podem dar informações
comprovadas cientificamente sobre o remédio.

Claro que a norma, além da restrição aos famosos, tem uma vasta lista
de benefícios ao consumidor. Por exemplo: proibe o uso de brindes para
a “empurroterapia” de remédio; proibe a propaganda comparativa
desonesta; obriga a propaganda de medicamento que causa sedação ou
sonolência a apresentar aviso de que o usário do fármaco não pode
dirigir ou operar máquinas que exigem maior atenção; impede que o
anúncio relacione o uso do remédio a excesso de ingestão de bebida ou
excesso gastronômico; probe a propaganda de associar o remédio ao
aumento do desempenho sexual, físico, e outros, sem a devida
comprovação científica.

Enfim, trata-se de norma a ser defendida pelos consumidores, até mesmo
porque, por ferir interesses poderosos, já começou a ser bombardeada – e pasmem: com a ajuda do “fogo amigo”.

Confusão Federal

Assim como a Anvisa, a Advocacia-Geral da União(AGU) é uma importante
instituição da República. Portanto, sabe o sr. Furtado, o Consumidor,
que os órgãos devem trabalhar em harmonia.

Só que, depois de quatro anos de preparação da RDC 96 – trabalho que
contou com as melhores cabeças da Vigilância Sanitária pátria, e não
era secreto para a AGU -, no dia do anúncio vigência da norma, foi
(in)justamente a AGU quem estragou a festa: publicou nota dizendo que
a RDC de inconstitucional e inconsistente, e simplesmente recomendou a
sua imediata revogação!

Mais: confessou na nota pública que emitiu o parecer detonando o
trabalho da Anvisa a pedido dos representantes da propaganda, o Conar,
até mesmo porque, segundo a própria AGU, atender solicitação de estudo
desse tipo faz parte de sua função consultiva e preventiva. A pergunta
é: a AGU deve prestar consultoria, enquanto ato administrativo, ao
Estado ou aos fornecedores privados?

 

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...to influence multinational corporations effectively, the efforts of governments will have to be complemented by others, notably the many voluntary organisations that have shown they can effectively represent society’s public-health interests…
A small group known as Healthy Skepticism; formerly the Medical Lobby for Appropriate Marketing) has consistently and insistently drawn the attention of producers to promotional malpractice, calling for (and often securing) correction. These organisations [Healthy Skepticism, Médecins Sans Frontières and Health Action International] are small, but they are capable; they bear malice towards no one, and they are inscrutably honest. If industry is indeed persuaded to face up to its social responsibilities in the coming years it may well be because of these associations and others like them.
- Dukes MN. Accountability of the pharmaceutical industry. Lancet. 2002 Nov 23; 360(9346)1682-4.