Políticas Farmacêuticas: a Serviçodos Interesses da Saúde?
José Augusto Cabral Barros
A Comunidade do Caribe (CARICOM) e o Sistema de Integração da América Central (SICA)
Criada em 1973, a CARICOM ainda não havia, na década de 90,
estabelecido um quadro jurídico ou administrativo para a harmonização
farmacêutica. Contudo, foi criado o Laboratório Regional do Caribe para
a Análise de Medicamentos, responsável pelo controle da qualidade dos
produtos farmacêuticos na sub-região. Em 1999, a CARICOM hospedou
uma reunião sobre questões normativas patrocinada pela OPAS. No ano
seguinte, sob o patrocínio, igualmente, da Organização, se avançou no
aprofundamento de acordos prévios, tendo se chegado a uma proposta
de política de medicamentos comum para os países da área. Também tem-se
trabalhado na melhoria dos sistemas de informação referentes ao registro
sanitário e sua informatização.
As propostas de integração econômica da América Central se iniciam
com o surgimento do Sistema de Integração da América Central (SICA), em
1961 e do qual participam Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e
Nicarágua. Ocorreram várias tentativas de estabelecer o livre comércio de
produtos farmacêuticos, mas as mesmas não tiveram o êxito esperado. A
harmonização da regulamentação farmacêutica nessa sub-região teve início
em 1985 como parte de vários projetos sobre medicamentos essenciais. Em
1993, a necessidade de harmonização e proteção da saúde dos consumidores
foi reconhecida no Protocolo de Integração Econômica, assinado pelos presidentes
dos países da área. No entanto, como não existe um infra-estrutura
administrativa e legal para que os países possam, efetivamente, adotar as
decisões oriundas das reuniões técnicas sub-regionais, a implementação
desses acordos termina por ficar na dependência do interesse e vontade
política das autoridades reguladoras. Os processos de harmonização da
regulamentação farmacêutica têm sido, em sua maioria, apoiados pela OPAS
e algumas atividades contaram com o respaldo da indústria farmacêutica.
Os esforços de harmonização se concentraram no registro farmacêutico,
inspeções de Boas Normas de Fabricação e controle de qualidade.